PROJETOS

INTERCURSO – Compreender é ouvir para além das palavras

Proposta de trabalho para grupos de 10 à 20 pessoas:

AGIR COM SENTIMENTO E CONFIANÇA ATRAVÉS DE VIVÊNCIAS

É possível outras formas de agir que não sejam baseadas somente nas emoções. Agir refletindo sobre as ações minimiza sofrimentos psíquicos e/ou desgastes mentais desnecessários e é a base da afetividade.
A emoção é fugaz e leva ao sentimento. Os sentimentos são mais duráveis e expressam VALORES (conjunto de crenças que povoam nosso interior). Portanto, definem como nos relacionamos e nos inserimos no mundo. Acreditamos que é possível transformar emoção em sentimento.
A importância em distinguir emoção de sentimento está em saber que a emoção é um estado passageiro (podendo embotar a representação da “realidade”, portanto está sujeito a revisões) e os sentimentos, sendo mais duradouros, definem e redefinem relações sociais (relacionamentos interpessoais e institucionais).
Nossa proposta faz entender que se as emoções flutuam os sentimentos podem ser consensados em função de um projeto de vida individual e/ou coletivo e/ou institucional. Como a emoção é mediadora da constituição do psiquismo do sujeito a partir da linguagem e do pensamento propomos uma metodologia de trabalho (com grupos de 10 a 20 pessoas) que abrange várias formas de espressão que nominamos de “vivências e práticas de sensibilização”.
As práticas de sensibilização em seu conjunto – pintura, improvisação, voz, música, escultura, dança, Liam kung, Tai Chi Chuan etc. – atuam sobre o corpo, liberando outras possibilidades e habilidades reprimidas socialmente (cuja consequência tem sido impedir a consciência e inibir a afetividade entre as pessoas).
Essas dinâmicas suscitarão/permitirão a compreensão do porquê das dificuldades de se falar dos sentimentos. O aprendizado se dá na prática pois, são as formas de agir que determinam as formas de pensar e se comportar na vida e no planeta.
Nossa metodologia está pautada na confiança estabelecida entre os participantes do grupo, pois é ela que vai reforçar o sentimento de solidariedade para com o outro resultando em aprendizado/desenvolvimento pessoal.
É preciso ressaltar que trabalhar conflitos interpessoais nos grupos (aqui e agora) exige treinamento na habilidade de “pedir mudanças” e “lidar com críticas”. A saber: explicitar a expressão ou palavra que desagrada; especificar o comportamento desejado; mostrar as vantagens para todos do grupo/planeta sobre a mudança sugerida.
Daí ser necessário saber negociar, ouvir, ceder, construir de fato com o outro e, sobretudo, coletivamente um sentimento que resulte em valores solidários. Nessa nova postura é preciso saber falar do que se sente no momento oportuno e saber contextualizar e ressignificar a emoção em sentimento porque aprende-se um com o outro e esse aprendizado tem efeitos multiplicadores.
Não é facil aceitar que precisa-se mudar. Vive-se etapas de resistencia. Numa primeira etapa, explicita-se a agressividade e o imediatismo; noutra, dor, sofrimento, indignação; por fim, uma compaixão e a percepção de que a mudança (de comportamento) começa em cada um de nós.
O que ajudará bastante a viver e ir compreendendo essas etapas serão nossas estratégias dentro desta metodologia de construção coletiva de novos comportamentos/paradigmas. Propomos as vivências através das práticas de sensibilização, que norteiam uma nova postura, pois é preciso viver o que se propõe porque é assim que se checa a coerência entre discurso e ação.
Enfim, propomos uma metodologia de trabalho em que haja uma participação ativa dos envolvidos, pois os resultados pertencem a todos e conterá um pouco de cada um.

 

1 Objetivo do IBES


Desenvolvimento coletivo de uma postura ética e interdisciplinar comprometida com uma sociedade mais solidária.

2 O Projeto Político Pedagógico
PPP


O PPP do IBES reflete as decisões coletivas a serem implantadas e implementadas no decorrer do percurso da instituição, tais como: perfil profissional; objetivos do curso; competências e habilidades; e diretrizes curriculares.

3 Eixos pedagógicos constituidores do PPP


Excelência para uma Educação Humanizadora;


Participação responsável e Interdisciplinar;


Consolidação coletiva de uma Ética Solidária;


Qualificação para a Cidadania.

4 Modelo epistemológico do PPP


“Teoria como expressão da Prática”: As formas de agir determinam as formas de pensar.


7 Conceito de Pesquisa


Ao organizar os dados, o pesquisador explicitará uma intencionalidade. É por isso que o conhecimento não é neutro. Ele é eminentemente político. Podemos escolher entre transmitir/produzir conhecimentos para legitimar o status quo e/ou produzir conhecimentos a partir da alteração das relações sociais dominantes, vislumbrando garantir cidadania através da consolidação de uma ética mais solidária.

8 Linha de Pesquisa do IBES: Gestão, Comunicação e Cidadania, nas suas sub-linhas:


Gestão, Estratégia, Organizações, Empreendedorismo e Sociedade;


Gestão dos Espaços e Empresas e o Turismo Sustentável;


Contabilidade Financeira e Gerencial, Auditoria e Ética;


Direito, Relações Sociais e Cidadania;


Psicologia, Trabalho e Saúde;


Educação Física: Culturas do Corpo e do Movimento;


Mídia, Comunicação Persuasiva e Contemporaneidade;


Relações Intergovernamentais, não Governamentais e Mundialização.

9 Concepção de Processo Ensino-Aprendizagem
P E-A


Romper com a lógica da atual Organização do Trabalho Docente pressupõe a construção de um processo ensino-aprendizagem, em que não mais se fala sobre, mas se vivencia e se reflete com (os envolvidos).


10 O ponto de partida e o de chegada do P E-A


A problematização / contextualização / alternativas possíveis da / para prática social de cada disciplina / Curso / Instituição;


11 Para tanto, é preciso outra competência.


Competência é o resultado de conhecimentos produzidos historicamente. Habilidade é o domínio da técnica é o saber-fazer exigido por um determinado contexto histórico, econômico, político e social;


12 Concepção de planejamento


É no planejamento que o professor estabelece a finalidade, os objetivos e o sentido de sua ação que, inclusive, pode e deve ser constantemente retomado:


O plano de aula é a realização diária do plano da unidade. Este, orienta as ações do plano da disciplina. Todos são etapas e tipos de plano de ensino:


A metodologia se constitui num caminho em função dos objetivos. Ou seja, aonde o coletivo dos professores quer chegar e com que vínculos (RSTN)?;


A avaliação nada mais é do que uma parada de reflexão para refazer o caminho, caso seja necessário.


13 A prática pedagógica do IBES


Precisa ser compreendida enquanto um processo de construção de atitudes interdisciplinares através da postura da pesquisa-ação. Isto significa pensar com o outro socializando os achados no coletivo. Por isso, o planejamento explicitará o caminho e os recursos (metodologia) do coletivo e a avaliação será sempre uma parada para reflexão a fim de redefinir o caminhar da Instituição. Este processo vivido significa a concretização do PPP pelo coletivo do IBES, nas suas diferentes instâncias, a partir de RSTN.


14 A consciência da ação no coletivo e algumas lições


As contradições da prática social compreendidas no coletivo: evitam a reprodução do individualismo/esteriótipos.


A construção de um projeto coletivo opera a conquista / desenvolvimento de uma competência para compreender e / ou separar os determinantes históricos / políticos da prática social (daí as contradições vividas não serem algo da esfera “do problema pessoal / interpessoal”).


É preciso conquistar espaços para essas dimensões da prática na atual organização do trabalho docente. A OTD reproduz a lógica das relações sociais dicotomizadas, centralizadoras e hierarquizadas do modo de produção capitalista vigente.


Por isso é necessário o aprendizado coletivo, para a consolidação de outra lógica, através de uma ética mais solidária nas instituições, e, que reflita na sociedade.


Uma das instancias de concretização do PPP se dá através do GP4.

O GAPEP

Iniciado em 1995 e, numa primeira fase, financiado pelo PIBIC/CNPq, noutra, pela Prefeitura Municipal de Blumenau, o Projeto do GAPEP desenvolveu-se de forma itinerante em Escolas Públicas de 1° e 2° Graus até 2000, através de pesquisa-ação e registro etnográfico em vídeo. 

 

O objetivo foi o de gestar uma metodologia alternativa para romper com a atual Organização do Trabalho Docente, a partir do apoio, da ajuda mútua, recíproca, porque simplesmente precisamos uns dos outros no âmbito das instituições. Neste período, o Grupo de Apoio aos Professores da Escola Pública propuseram-se a construir: 1- uma ética interdisciplinar, através de oficinas de sensibilização, em que o trabalho social pressupõe a articulação concomitante ao trabalho de desenvolvimento pessoal; 2- uma competência interinstitucional envolvendo: a) os acadêmicos de Licenciatura das áreas de Ciências Sociais (inclusive os egressos), Pedagogia e Educação Artística da Universidade Regional de Blumenau - FURB; b) os professores do Departamento e do Colegiado de Ciências Sociais; c) pais e professores das escolas envolvidas. Nesse processo de pesquisa-ação, em que os achados foram socializados para transformar a realidade vivida, o modelo epistemológico pautado na articulação Teoria e Prática foi mediado por ações coletivas e concretas. Essa ação foi compreendida a partir das suas três esferas: os determinantes da ação prática, a ação concreta em processo e a consciência coletiva da ação institucional. A partir deste eixo epistemológico, em que as formas de agir determinam as formas de pensar - as teorias - consolidaram-se vínculos de "tipo novo" e aprendeu-se a fazer escolhas mais conscientes, a partir de ações concretas. Desta maneira, essas práticas operaram avanços em vários níveis e dimensões - pessoais, interpessoais, institucionais e interinstitucionais -, objetivando a construção de uma postura voltada a uma Cidadania sem Fronteiras. 

 

Apesar da estrutura organizacional dessas escolas ser marcada pelo centralismo administrativo, pela dicotomia entre os profissionais e pela fragmentação das áreas do conhecimento, foi possível romper com alguns desses determinantes. Nesse sentido, acredita-se necessário que o professor compreenda a razão de ser de sua prática pedagógica e entenda que os problemas da escola não estão só nela, mas estão também fora dela, por isso é fundamental centrar o processo ensino-aprendizagem na prática social de quem precisa da escola. Só é possível qualquer mudança a partir da alteração do eixo transmissão-assimilação em que se assenta o atual sistema de ensino. Daí ser preciso um método de compreensão da realidade educacional inserido na realidade social. Por isso, a Educação só pode ser compreendida e seus problemas superados no contexto histórico, político e econômico no qual ocorre, pois nenhuma batalha pedagógica pode ser separada da batalha política e social de seu tempo.



Estas reflexões que revelam os caminhos do GAPEP fazem parte da minha tese de doutorado cuja publicação, financiada pelo IBES, saiu em 2002.


O GAPEP E A CIDADANIA GLOBAL

As imagens falam por si sós, revelam a prática de uma ética mais solidária que explicita uma vontade política na dreção de uma cidadania mais igualitária, de uma cidadania global.
O GAPEP E A CIDADANIA SEM FRONTEIRAS


Com o projeto, buscou-se construir uma competência interdisciplinar e interistitucional através de um processo de sensibilização e conquista dos parceiros para o GAPEP.

Nesse processo, construímos vínculos de "tipo novo" a partir de vivências - oficinas de sensibilização e de trabalho.