Iniciado em 1995 e, numa primeira fase, financiado pelo PIBIC/CNPq, noutra, pela Prefeitura Municipal de Blumenau, o Projeto do GAPEP desenvolveu-se de forma itinerante em Escolas Públicas de 1° e 2° Graus até 2000, através de pesquisa-ação e registro etnográfico em vídeo. O objetivo foi o de gestar uma metodologia alternativa para romper com a atual Organização do Trabalho Docente, a partir do apoio, da ajuda mútua, recíproca, porque simplesmente precisamos uns dos outros no âmbito das instituições. Neste período, o Grupo de Apoio aos Professores da Escola Pública propuseram-se a construir: 1- uma ética interdisciplinar, através de oficinas de sensibilização, em que o trabalho social pressupõe a articulação concomitante ao trabalho de desenvolvimento pessoal; 2- uma competência interinstitucional envolvendo: a) os acadêmicos de Licenciatura das áreas de Ciências Sociais (inclusive os egressos), Pedagogia e Educação Artística da Universidade Regional de Blumenau - FURB; b) os professores do Departamento e do Colegiado de Ciências Sociais; c) pais e professores das escolas envolvidas. Nesse processo de pesquisa-ação, em que os achados foram socializados para transformar a realidade vivida, o modelo epistemológico pautado na articulação Teoria e Prática foi mediado por ações coletivas e concretas. Essa ação foi compreendida a partir das suas três esferas: os determinantes da ação prática, a ação concreta em processo e a consciência coletiva da ação institucional. A partir deste eixo epistemológico, em que as formas de agir determinam as formas de pensar - as teorias - consolidaram-se vínculos de "tipo novo" e aprendeu-se a fazer escolhas mais conscientes, a partir de ações concretas. Desta maneira, essas práticas operaram avanços em vários níveis e dimensões - pessoais, interpessoais, institucionais e interinstitucionais -, objetivando a construção de uma postura voltada a uma Cidadania sem Fronteiras. Apesar da estrutura organizacional dessas escolas ser marcada pelo centralismo administrativo, pela dicotomia entre os profissionais e pela fragmentação das áreas do conhecimento, foi possível romper com alguns desses determinantes. Nesse sentido, acredita-se necessário que o professor compreenda a razão de ser de sua prática pedagógica e entenda que os problemas da escola não estão só nela, mas estão também fora dela, por isso é fundamental centrar o processo ensino-aprendizagem na prática social de quem precisa da escola. Só é possível qualquer mudança a partir da alteração do eixo transmissão-assimilação em que se assenta o atual sistema de ensino. Daí ser preciso um método de compreensão da realidade educacional inserido na realidade social. Por isso, a Educação só pode ser compreendida e seus problemas superados no contexto histórico, político e econômico no qual ocorre, pois nenhuma batalha pedagógica pode ser separada da batalha política e social de seu tempo.
Estas reflexões que revelam os caminhos do GAPEP fazem parte da minha tese de doutorado cuja publicação, financiada pelo IBES, saiu em 2002.
Estas reflexões que revelam os caminhos do GAPEP fazem parte da minha tese de doutorado cuja publicação, financiada pelo IBES, saiu em 2002.
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